sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Meu amigo Endre

Que saudades...
Ao saber da sua partida, assim tão cedo, minha alma se recolheu e se encheu de tristeza. Doía em mim a sensação de que ficou tanta coisa por fazer, tanta coisa por dizer, tanto a se viver...
Refletindo melhor, fiquei aqui, relembrando a história da nossa amizade, e fiquei feliz porque a vida me deu o presente e o privilégio de ter encontrado você!
Sem te conhecer, te mandei e-mail trocando idéias sobre o papel das empresas no mundo. Você me recebeu na sua casa, com uma generosidade sem tamanho. E eu ganhei um amigo que mudou a minha vida...
Você me apresentou o focar, e eu conheci o Eu Sou.
Você me falou sobre o Calendário Maia, e no rastro dele eu conheci o Zuza.
Você me trouxe as idéias de física quântica, e eu entendi que a causa pode vir depois do efeito.
Você vivia a Pedagogia Social e me cutucou para um seminário. E eu vivi uma das experiências mais lindas da minha vida.
Você dormia na rede na varanda. E eu interrompi sua soneca pra te levar torta de maçã
Você me apresentou a Marina. E eu ganhei uma amiga.
Você esteve no meu casamento. E eu ganhei um domingo lindo com a sua família, com os filhos de quem você me falava com tanto orgulho e que me faziam admirar tanto o pai que você foi.
Você me mostrou a Pedagogia Waldorf na prática. E eu conheci um mundo mágico para a minha filha.
Você acompanhou a construção da minha casa e me ofereceu ajuda se eu ficasse apertada. E eu adorava saber que a oferta era sincera.
Você me incluiu no seu grupo de amigos. E eu pintei uma mandala da cor dos seus olhos.
Você me ajudou a entender minha vontade e meu medo de engravidar. E eu mandei as fotos da Lara pra você conhecer.
Você me contou da sua doença com uma garra que eu nunca tinha visto. E eu não duvidei de você por nem um segundo.
Você me disse que este processo não tinha um por quê, mas um para quê. E este era a consumação do seu casamento com a Marina. E eu sonhei com vocês,um dia antes de você morrer, dando uma festa de casamento. O para quê estava cumprido. E você estava se despedindo...
Você ficou na minha memória do jeito de sempre... E é do teu olhar e do teu abraço que eu sinto mais falta.
Parece-me, então, que fizemos muitas coisas nestes seis anos... E tudo foi como tinha de ser. E as marcas da nossa amizade na minha vida ainda vão produzir muitas acácias, como aquela que floresce e perfuma a tua varanda no dia do teu aniversário.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Milk


Sensível, sensato, marcante... Assim é Milk!

Delicado, forte, com uma fotografia linda e imagens de arquivo reais muito bem pesquisadas. Sean Penn, como sempre, está deslumbrante no filme.

Mais do que um excelente entretenimento, Milk nos mostra a luta de um ser humano para exercer seus direitos, para ser livre, para ser quem ele é. E nos faz perguntar a nós mesmos que sociedade é esta na qual as pessoas tem que lutar para serem elas mesmas, na qual alguns acreditam que seus valores sao mais importantes ou mais corretos que os valores dos outros.

Harvey Milk nao foi o primeiro e nao sera o ultimo... Seguimos acreditando!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

De volta?


Olá!

Desapareci não é?! Bem, este semestre que passou não foi nada fácil: gestação, Doutorado em Administração na Ufsc, aulas em três turmas na Esag... Ufa! Mas enfim, passou e, claro, a grande novidade é que minha filha Lara nasceu no dia 02.07, num lindo parto na água, aqui em Floripa! Aos poucos estamos nos acostumando ao novo ritmo e a vida vai entrando em sua nova fase.

Portanto, pretendo retomar minhas atividades, projetos, enfim, da maneira que for possível respeitando o ritmo da Lara! Mas o recado do Diogo me fez pensar que estava na hora de voltar a dar atenção para o blog, mesmo que neste momento ele tenha uma cara e um ritmo diferentes, refletindo um pouco meu momento pessoal.

Afinal, é assim que são as pessoas, das quais falamos e com as quais lidamos nas organizações. Cada uma com seu ritmo, com seu momento, com as suas possibilidades. É nosso papel oferecer as condições necessárias para que elas (e nós) possam exercer suas potencialidades de acordo com cada momento.

Estamos de volta (eu acho!)! E esta mocinha linda aí é a Lara!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O humano é um recurso da empresa???


Esta semana começo a debater com algumas turmas de RH os dois primeiros capítulos do livro "Gestão como Doença Social", do sociólogo Vincent Goulejac. Um dos trechos em que mais vi refletidos questionamentos que faço a mim mesma, no livro, diz o seguinte:

"Afirmar que o humano é um fator da empresa leva a operar uma inversão das relações entre o econômico e o social. De fato, é a empresa, como construção social, que é uma produção humana, e não o inverso. Temos aqui uma confusão das causalidades, expressão suplementar da primazia concedida à racionalidade dos meios sobre as finalidades. Considerar o humano como um fator entre outros é interinar um processo de reificação do homem. O desenvolvimento das empresas só tem sentido se contribuir para a melhoria da sociedade e, portanto, do bem-estar individual e coletivo e, definitivamente, se estiver a serviço da vida humana. Gerenciar o humano como um recurso, ao mesmo título que o capital, os instrumentos de produção ou ainda as tecnologias, é colocar o desenvolvimento da empresa como uma finalidade em si, independentemente do desenvolvimento da sociedade, e considerar que a instrumentalização dos homens é um dado natural do sistema de produção." (Goulejac, 2007. p. 76)

Há muito que venho me questionando a este respeito, porque definitivamente o que observamos em grande parte - se não na maioria - das empresas é a exploração das pessoas em nome de questões organizacionais. Ora, o que são as organizações? A quem elas pertencem? A sensação da exploração do homem pelo homem preocupa, demonstra que existem alguns que acreditam ser melhores do que outros, superiores, merecedores de maior consideração e conforto.

Mas, o que se pode fazer a respeito? Pensar sobre isso pode ser uma boa forma de começar. Não que seja suficiente, mas já é um começo. Aceitar que as coisas são como são e simplesmente se integrar a elas, certamente não vai ajudar.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A hora do planeta


Sábado, 28 de março, às 20h30!

A
Hora do Planeta é um ato simbólico, organizado pela ONG WWF, que será realizado dia 28 de março, às 20h30, no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.

O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.


Participe! Apague as luzes da sua casa!!!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Seja bem vindo!


Depois destes quase dois meses de distância do Blog, retomo as atividades diante do início do semestre letivo na Universidade. Parar um tempo é muito bom, acalma a mente, oxigena os objetivos e nos permite refletir a partir de outros pontos de vista sobre o que fazemos, como fazemos! Peço desculpas àqueles que buscaram alguma novidade no blog neste período: confesso que o deixei de lado para curtir mesmo as férias, não só do trabalho, mas da tecnologia, e também para aproveitar os momentos únicos com a bebê que está a caminho!

Pois bem, é hora de arregassar as mangas e fazer ser produtivo o ócio! Começo o semestre com uma reflexão a qual gostaria de sugerir a todos os que compartilharão idéias, projetos, aprendizagens ao longo deste período: a responsabilidade sobre o conhecimento. Para isso, uso um parágrafo do livro "O coração informado", de Bruno Bettelheim, o qual me foi emprestado por uma aluna no semestre passado e certamente será devolvido neste!

"Saber apenas o que os que têm autoridade permitem que se saiba é, mais ou menos, o máximo que a criança pode fazer. Ser capaz de fazer observações pessoais e delas tirar conclusões pertinentes delimita o início da existência independente. Proibir-se de fazer observações e aceitar, em vez disso, apenas as observações dos outros é relegar ao desuso o poder de raciocínio próprio e o poder ainda mais básico de percepção. Não observar o mais importante, não saber o que se quer tanto conhecer, tudo isso é extremamente prejudicial para o funcionamento da personalidade. Tanto quanto encontrar-se numa situação em que aquilo que antes dava segurança (o poder de observar corretamente e de se fazer as inferências certas) não só deixa de oferecer segurança, mas até põe em risco a vida. O desuso deliberado do poder de observação, ao contrário da desatenção temporária, que é diferente, leva a uma atrofia deste poder."

Meu convite é que você exerça, consciente e deliberadamente, o poder que tem de observar com seus próprios olhos e tirar suas próprias conclusões, a partir daquilo que lhe é mostrado pelo meio. Conte comigo!