quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O humano é um recurso da empresa???


Esta semana começo a debater com algumas turmas de RH os dois primeiros capítulos do livro "Gestão como Doença Social", do sociólogo Vincent Goulejac. Um dos trechos em que mais vi refletidos questionamentos que faço a mim mesma, no livro, diz o seguinte:

"Afirmar que o humano é um fator da empresa leva a operar uma inversão das relações entre o econômico e o social. De fato, é a empresa, como construção social, que é uma produção humana, e não o inverso. Temos aqui uma confusão das causalidades, expressão suplementar da primazia concedida à racionalidade dos meios sobre as finalidades. Considerar o humano como um fator entre outros é interinar um processo de reificação do homem. O desenvolvimento das empresas só tem sentido se contribuir para a melhoria da sociedade e, portanto, do bem-estar individual e coletivo e, definitivamente, se estiver a serviço da vida humana. Gerenciar o humano como um recurso, ao mesmo título que o capital, os instrumentos de produção ou ainda as tecnologias, é colocar o desenvolvimento da empresa como uma finalidade em si, independentemente do desenvolvimento da sociedade, e considerar que a instrumentalização dos homens é um dado natural do sistema de produção." (Goulejac, 2007. p. 76)

Há muito que venho me questionando a este respeito, porque definitivamente o que observamos em grande parte - se não na maioria - das empresas é a exploração das pessoas em nome de questões organizacionais. Ora, o que são as organizações? A quem elas pertencem? A sensação da exploração do homem pelo homem preocupa, demonstra que existem alguns que acreditam ser melhores do que outros, superiores, merecedores de maior consideração e conforto.

Mas, o que se pode fazer a respeito? Pensar sobre isso pode ser uma boa forma de começar. Não que seja suficiente, mas já é um começo. Aceitar que as coisas são como são e simplesmente se integrar a elas, certamente não vai ajudar.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A hora do planeta


Sábado, 28 de março, às 20h30!

A
Hora do Planeta é um ato simbólico, organizado pela ONG WWF, que será realizado dia 28 de março, às 20h30, no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.

O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.


Participe! Apague as luzes da sua casa!!!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Seja bem vindo!


Depois destes quase dois meses de distância do Blog, retomo as atividades diante do início do semestre letivo na Universidade. Parar um tempo é muito bom, acalma a mente, oxigena os objetivos e nos permite refletir a partir de outros pontos de vista sobre o que fazemos, como fazemos! Peço desculpas àqueles que buscaram alguma novidade no blog neste período: confesso que o deixei de lado para curtir mesmo as férias, não só do trabalho, mas da tecnologia, e também para aproveitar os momentos únicos com a bebê que está a caminho!

Pois bem, é hora de arregassar as mangas e fazer ser produtivo o ócio! Começo o semestre com uma reflexão a qual gostaria de sugerir a todos os que compartilharão idéias, projetos, aprendizagens ao longo deste período: a responsabilidade sobre o conhecimento. Para isso, uso um parágrafo do livro "O coração informado", de Bruno Bettelheim, o qual me foi emprestado por uma aluna no semestre passado e certamente será devolvido neste!

"Saber apenas o que os que têm autoridade permitem que se saiba é, mais ou menos, o máximo que a criança pode fazer. Ser capaz de fazer observações pessoais e delas tirar conclusões pertinentes delimita o início da existência independente. Proibir-se de fazer observações e aceitar, em vez disso, apenas as observações dos outros é relegar ao desuso o poder de raciocínio próprio e o poder ainda mais básico de percepção. Não observar o mais importante, não saber o que se quer tanto conhecer, tudo isso é extremamente prejudicial para o funcionamento da personalidade. Tanto quanto encontrar-se numa situação em que aquilo que antes dava segurança (o poder de observar corretamente e de se fazer as inferências certas) não só deixa de oferecer segurança, mas até põe em risco a vida. O desuso deliberado do poder de observação, ao contrário da desatenção temporária, que é diferente, leva a uma atrofia deste poder."

Meu convite é que você exerça, consciente e deliberadamente, o poder que tem de observar com seus próprios olhos e tirar suas próprias conclusões, a partir daquilo que lhe é mostrado pelo meio. Conte comigo!